Evento internacional na França reuniu educadores de 100 países; docentes amapaenses apresentaram pesquisas sobre práticas pedagógicas bilíngues.
Quatro professores da rede estadual de ensino do Amapá participaram, de 10 a 17 de julho, do Congresso Internacional da Federação Internacional dos Professores de Francês (FIPF), realizado na cidade de Besançon, na França. O evento é considerado o maior do mundo na área e reuniu educadores de mais de 100 países.
Com apoio do Governo do Amapá, através da Secretaria de Estado da Educação (Seed), os docentes Jamille Luiza de Souza Nascimento (Escola Antônio João), Juciane Pereira Rios (Escola Augusto dos Anjos), Lara Maisa Silveira Sousa (Escola Santina Rioloi) e Geovane Maciel Lemos (Escola Marly Maria) apresentaram comunicações científicas sobre práticas pedagógicas e pesquisas desenvolvidas na fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa.
“Poderemos compartilhar todo o conhecimento adquirido com nossos colegas e adaptar as metodologias à nossa realidade. Os maiores beneficiados serão os nossos alunos”, afirmou a professora Lara Silveira.
A participação no congresso foi viabilizada com recursos próprios da Seed, que cobriu passagens, hospedagem e alimentação dos professores. A ação integra a Agenda Institucional de Cooperação Educacional e Formação Continuada, alinhada à política linguística da rede pública estadual.
A iniciativa reforça o investimento na educação bilíngue e nas relações internacionais do Amapá. A presença dos professores no maior congresso de francês do mundo posiciona o Amapá como território estratégico nas relações com países francófonos, especialmente com a Guiana Francesa.
Práticas inovadoras e pesquisa de fronteira
As professoras Lara Silveira e Juciane Rios apresentaram a comunicação “On partage: pratiques d’enseignement de la langue française dans une perspective interculturelle à la frontière franco-brésilienne”, no eixo “Utopia francófona e literatura”. O trabalho evidencia práticas de ensino com alunos dos Anos Finais, voltadas à valorização da diversidade linguística e cultural entre Amapá e Guiana.
A professora Jamille Nascimento levou ao congresso a comunicação “Le français comme langue économique et de communication à la frontière Franco-Brésilienne”, fruto de sua pesquisa de mestrado. O estudo analisa como o francês influencia relações econômicas e sociais no Amapá, e legitima seu ensino como língua estrangeira.
Já o professor Geovane Lemos apresentou a pesquisa “Identité, langue et culture: une étude triangulaire de la frontière franco-brésilienne”, com base em entrevistas realizadas com moradores e transeuntes da fronteira. O estudo investiga como identidade, cultura e língua se entrelaçam na construção das comunidades linguísticas da região.
Cooperação e novas oportunidades
Durante o congresso, os professores participaram de oficinas, painéis e mesas-redondas sobre metodologias inovadoras, ferramentas digitais e tendências globais no ensino de francês como língua estrangeira (FLE).
Além de promover o reconhecimento do Amapá no cenário internacional, a participação fortalece o Acordo de Cooperação Transfronteiriço Brasil-França. Segundo Lara, novas ações estão previstas.
“Em breve, 25 professores da rede estadual participarão do Estágio Amazônico de Francês na Guiana Francesa, ampliando ainda mais essa ponte educacional”, destacou.
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